Apenas Uma Fase em causas solidárias
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Foi com muito gosto que o "Apenas Uma Fase" marcou presença no Espectáculo de Solidariedade "Ajuda a Madeira" que decorreu ontem no auditório do Fórum Machico e que foi transmitido, em directo, pela Rádio Zarco.
O espectáculo contou com muitos dos talentos madeirenses e as verbas dos bilhetes revertem todas para as vítimas do temporal que ocorreu na Madeira no passado dia 20 de Fevereiro de 2010.
A afluência de pessoas ao recinto onde decorreu o espectáculo foi bastante grande o que demonstra que as pessoas estão sensíveis a causas nobres, como é o caso desta.
Foram recitados dois poemas, um dos quais faz parte do livro "Apenas Uma Fase - Divagações" e outro foi escrito numa fase posterior à publicação do livro.
Os poemas "Liberdade" e "Cumplicidade" vieram a propósito do mote do espectáculo pois é importante que nos libertemos dos sentimentos menos positivos causados pelo temporal que ocorreu na Madeira e que sejamos cúmplices no sentido de nos unirmos para que as feridas sarem e para que o sol volte a brilhar em todo o seu esplendor.
Os poemas foram acompanhados ao piano pelo Professor João Luís Freire.
Liberdade
Lá vem o prado verdejante,
O cavalgar desvairado de um viajante.
Vem silenciosamente em cada oração
Assolar o cansaço e trazer a absolvição.
Chega e ausenta-se num ritmo louco
Num chilrear de pássaro doentio e rouco
Que gira sem cessar ao contemplar o sol poente
Na monotonia que flutua e fica ausente.
E neste vaivém frenético e exaltado
A pureza vibra e pratica um indeclinável pecado…
Sabem lá o que é exultar sem imposição
Rodopiar livre… intimamente livre, como um singelo pião...
Cumplicidade
Num roçar de labaredas fumegantes
Refreadas pelas gotas crepusculares deste canto
Repouso numa sonata de emoções
Que se deixam envolver neste voluptuoso manto.
Lavra-se o deserto numa fecundidade imponente
Colhe-se o fruto que brota da semente
Perco-te num ensejo e volto a descobrir…
Beijo-te em pensamento e retorno sem partir…
Se é cumplicidade: dá-me a tua mão.
Se é realidade?! Sempre o foi na minha imaginação.
Vibro com este fado… esta alacridade… este verso de amor
Que a ti ofereço como legítimo louvor.
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